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É falsa a ideia de que as pessoas idosas não têm desejo sexual e é preciso falar sobre para educação e prevenção de infecções sexualmente transmissíveis.
Então, que tal começarmos a responder à seguinte pergunta: “A maioria dos idosos não tem interesse ou não consegue ter uma relação sexual?”
Se você respondeu sim, errou. E quem fala isso é nada menos que o gerontologista americano Erdman Palmore, professor de Sociologia Médica na Universidade de Duke. Ele escreveu vários livros, e um deles foi The Facts on Aging Quiz, no qual elaborou várias perguntas que ficaram conhecidas como Quiz de Palmore, em 1977, a partir de diversas pesquisas sobre o envelhecimento humano. Ainda hoje esse instrumento de investigação é utilizado para analisar os preconceitos que se tem em relação à idade, sendo um deles a sexualidade.
A sexualidade aparece como uma questão do seu teste, e a resposta é um sonoro NÃO. Qual é a explicação? Antigamente – mas ainda hoje – se acreditava que por volta dos 50 anos de idade, ocorria o declínio da função sexual por causa da instalação da menopausa feminina, provocando a secura vaginal da mulher, e a progressiva disfunção erétil masculina, e consequentemente, a perda do desejo sexual.
Acontece que hoje, além de educação e aconselhamento de problemas sexuais, há drogas que melhoram o desempenho sexual. Além disso, há prótese para disfunção erétil masculina e reposição hormonal para as mulheres, fazendo com que os idosos se tornem cada vez mais ativos sexualmente, pois o desejo faz parte da vida.
Pena que a prevenção das IST (Infecções Sexualmente Transmissíveis) para os idosos não acompanhou o ritmo dessa evolução.
Os idosos, de maneira geral, acham que não serão infectados pelo HIV (sigla em inglês do vírus da imunodeficiência humana, causador da AIDS, e que ataca o sistema imunológico, responsável por defender o organismo de doenças). Os homens mais velhos não têm a cultura do uso do preservativo, e as mulheres, por acharem que não vão mais engravidar, acreditam que o uso do preservativo seja inútil. Soma-se a isso as campanhas de prevenção da AIDS que são dirigidas sempre aos mais jovens, e o silêncio dos médicos nas consultas que – por ‘acreditarem’ que os idosos já não fazem sexo – não questionam a vida sexual dos mesmos.
Os idosos não são assexuados.
E quem pensa assim está reforçando a imagem preconceituosa de que a expressão da sexualidade (não só o ato genital em si) pelas pessoas na “terceira idade” é tida como um desvio, causando um verdadeiro tabu frente ao namoro entre idosos. Portanto, é falso o conceito de que pessoas idosas não têm desejo sexual. O que elas têm é vergonha de falar sobre sua sexualidade. Eis um assunto que poucos falam, apesar de estudos mostrarem que a sexualidade se mantém viva, independente da idade. Tão viva que a cada ano é observado um número crescente de casos de HIV entre os idosos. A população feminina é a que apresenta a maior parte dos casos. Por quê? O que se sabe é que o uso da camisinha na terceira idade é seis vezes menor do que na população mais jovem.
O que os idosos precisam saber é que para ter uma vida sexual sadia é necessário usar camisinha, pois é um método que impede a transmissão do HIV/AIDS e diminui o risco de contaminação de diversas ISTs.
Vamos prevenir e gozar?
Para saber mais
KOCH FILHO, Herbert Rubens et al. Um instrumento de pesquisa para a investigação de informações sobre o envelhecimento humano no Brasil: o questionário de Palmore adaptado. Rev. Clín. Pesq. Odontol. 2007 maio/ago;3(2):89-100. Disponível em: https://periodicos.pucpr.br/index.php/oralresearch/article/viewFile/23106/22187
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Boletim Epidemiológico de HIV/Aids 2019.
Disponível em: http://www.aids.gov.br/pt-br/pub/2019/boletim-epidemiologico-de-hivaids-2019
PALMORE, E. Facts on aging: a short quiz. Gerodontologist. 1977;17(4):315-320. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/22261469_Facts_on_Aging_A_short_quiz
RIBEIRO, A. Sexualidade na terceira idade. In: Papaléo Netto M. Gerontologia: a velhice e o envelhecimento em visão globalizada. São Paulo: Atheneu; 2005. p. 124-135. Disponível em: https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/lil-342988
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