
o melhor sobre
envelhecer
A surdez na terceira idade, chamada pelos médicos de presbiacusia, faz parte do processo natural de envelhecimento pelo qual o nosso corpo passa. De acordo com o otorrinolaringologista Fabiano Brandão, do Hospital Paulista, em São Paulo (SP), a queda da capacidade auditiva é considerada normal a partir dos 50 anos, pois algumas células que desempenham essa função morrem à medida que a idade avança. “No entanto, outros fatores podem acelerar a perda da audição, como o diabetes, o tabagismo, a hipertensão e o consumo exagerado de bebidas alcoólicas”, garante o especialista. O aspecto genético também precisa ser levado em conta, assim como a exposição prolongada a ruídos muito elevados – portanto, as pessoas idosas que moram em grandes cidades tendem a sofrer mais com o problema. Para se ter uma ideia, a Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que o barulho excessivo é a segunda pior causa de poluição ambiental, perdendo somente para a contaminação do ar.
De modo geral, a surdez na terceira idade vai se instalando gradativamente. Segundo Fabiano Brandão, ela começa quando o idoso reclama de um zumbido nos ouvidos, mais parecido com um chiado ou o som de um apito. “Esse incômodo costuma aparecer antes mesmo da perda auditiva propriamente dita”, explica. De acordo com o médico, quando a audição está ficando comprometida, a pessoa idosa se comporta da seguinte maneira:
Muitas vezes o idoso não percebe que está com dificuldade para ouvir, por isso é importante que os familiares que convivem com ele fiquem atentos aos sinais descritos acima. Quando o déficit auditivo já atrapalha a qualidade de vida, vale a pena procurar um otorrinolaringologista o quanto antes.
Além de melhorar a audição, o tratamento indicado pelo médico é capaz de prevenir outros problemas de saúde comuns em quem não ouve direito. “Para evitar o desconforto de não conseguir se comunicar adequadamente com amigos e familiares, o idoso tende a se isolar ou a ficar mais quieto”, conta Fabiano Brandão. “Esse comportamento pode levar à depressão, que, por sua vez, acaba deteriorando a saúde neurológica ou muscular da pessoa”, completa.
Caso o idoso não queira consultar o otorrinolaringologista porque sente medo ou vergonha da sua condição, é fundamental que o familiar explique que a surdez na terceira idade é uma decorrência natural do envelhecimento e que, embora não haja cura para esse desconforto, existem tratamentos que ajudam a amenizá-lo.
Antes de mais nada, é preciso fazer um exame chamado audiometria, que mede a capacidade auditiva do paciente e permite avaliar se houve algum prejuízo recente. O tratamento recomendado vai depender do tipo de presbiacusia e da gravidade do caso – geralmente indica-se a utilização de uma prótese auditiva. Hoje existem vários modelos disponíveis para compensar a surdez na terceira idade, desde os menos invasivos (um simples aparelho externo) até os mais complexos, inseridos por meio de um procedimento cirúrgico. De acordo com Fabiano Brandão, o ideal é consultar o otorrinolaringologista a cada seis meses ou pelo menos uma vez ao ano – a periodicidade depende do grau de comprometimento da audição e da prótese que está sendo usada pelo idoso.
Somos guardiões das memórias afetivas de tudo que vivemos e queremos compartilhá-las. Vamos juntas e juntos construir relações de afeto entre gerações? Te esperamos pra mais essa jornada! Conheça o nosso manifesto clicando aqui.
Como falar com idoso na minha família?
A comunicação não violenta favorece a harmonia e o vínculo familiar
Como estimular a memória do idoso?
Relembrar pessoas e momentos com os idosos auxilia na manutenção da memória
Como lidar com a solidão?
Se envolver com atividades sociais e físicas são formas que evitar o isolamento social