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Cuidando de quem cuida! Cuidadores também precisam de cuidados.
A pessoa idosa que teve bons relacionamentos afetivos e sociais durante a vida tende a receber melhor um(a) cuidador(a) quando necessário, e entenderá isso como uma medida de amor e zelo.
Em relação a familiares que cuidam, têm sua vida pessoal totalmente modificada pelo fato de ter que dedicar-se integralmente à pessoa idosa, muitas vezes assumindo algumas tarefas antes realizadas pelo idoso. Quando um familiar assume esse papel, ele vivencia o senso de responsabilidade exagerado e a redução quase que completa da sua liberdade, acarretando perdas na vida pessoal, como: perda de independência/ atividades pessoais: viajar, dormir fora, academia, jantar, passear. Seja por contenção de custos ou por não ter quem fique com a pessoa idosa. Outra novidade na vida do cuidador familiar é a insônia ou sono de má qualidade. Muitas vezes, a vida do cuidador torna-se 100% voltada para o bem estar da pessoa idosa. É nesse momento que se inicia a tendência ao isolamento e à depressão por parte do cuidador.
O cuidador se vê sem apoio social. Sua rotina é desmantelada, o que em muitos casos acarreta em rompimentos familiares e/ou sociais. O cuidador passa a sentir um peso enorme nas finanças, pois entende o valor real das coisas quando se cuida de alguém e entende que cuidar vai muito além de alimentar, higienizar e medicar a pessoa idosa.
A partir desse momento, a qualidade do cuidado está em risco. Um cuidador no seu limite emocional pode culpar a pessoa idosa por tudo que está passando, e começar com pequenas agressões verbais que podem ser confundidas com desabafo e cabeça cheia até chegar na agressão física propriamente dita. Ao mesmo tempo que ele quer cuidar, ele se sente culpado por não conseguir cuidar da pessoa idosa e dele ao mesmo tempo, e acaba se anulando em função do outro. Pode inclusive começar a sentir que está sendo usado pelos demais familiares e sentir-se abandonado.
Ninguém tem preparo psicológico para cuidar em tempo integral de outra pessoa, muito menos um parente sem formação e sem recursos de autoajuda. Por exemplo, pouquíssimas pessoas sabem que um cuidador de pessoas idosas têm direito a fazer terapia pelo SUS.
É extremamente importante que, ao cuidar de alguém, outros integrantes, outras pessoas da família se revezem nos cuidados, nem que seja por algumas horas ou dias na semana.
O cuidador precisa descansar, se cuidar e viver a própria vida. Assim como nos plantões de hospitais, os profissionais de saúde não podem ficar muito tempo sem voltar para casa para não entrarem em esgotamento psicológico. Com o cuidador é a mesma coisa.
Cuide bem de quem você quer bem. Cuide bem de você também.
Grupos de apoio para cuidadores e familiares:
Somos guardiões das memórias afetivas de tudo que vivemos e queremos compartilhá-las. Vamos juntas e juntos construir relações de afeto entre gerações? Te esperamos pra mais essa jornada! Conheça o nosso manifesto clicando aqui.
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