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No Caderno “Violência doméstica contra a pessoa idosa: orientações gerais”, desenvolvido pela Coordenação de Desenvolvimento de Programas e Políticas de Saúde – CODEPPS, a autonegligência em idosos é descrita como o comportamento que ameaça sua própria saúde ou segurança pela recusa de prover cuidados necessários a si mesmo.
Considerada como violência contra a pessoa idosa, a autonegligência muitas vezes pode ser atribuída “às crenças disfuncionais que o idoso pode ter por estar no ‘fim da vida’, às perdas de esperanças em relação ao futuro e acreditar que não tem mais nada de bom a se fazer”, afirma a psicóloga Laiza Oliveira Vilela*.
Laiza explica que o idoso que se autonegligência não consegue enxergar a função de se cuidar pois, para ele, isso pode não valer mais a pena devido idade à avançada e à proximidade da finitude. “O idoso fica focado naquilo que ele perdeu, e não naquilo que ele ganhou com o envelhecimento”.
“A pessoa idosa começa a culpar-se demais pelas coisas que não saíram como o planejado, como o sonhado. Nesses casos, o melhor é trabalhar a realidade: Que nós somos humanos, temos falhas, algumas coisas realizamos e algumas não. Que fizemos algumas coisas boas, e outras a gente fez errado”.
Um artigo do Departamento de Estudos de Violência e Saúde Jorge Careli da Escola Nacional de Saúde Pública da Fiocruz aponta os principais diagnósticos da autonegligência em idosos e de pensamento de suicídio dessa população: Relações sociofamiliares fragilizadas, isolamento social, solidão, tempo de vida tedioso, depressão, uso abusivo do álcool e percepção negativa do envelhecer.
O estudo também apresenta medidas de proteção contra a autonegligencia em idosos e pensamentos suicidas:
A autonegligência em idosos é um problema sério e, quando houver qualquer mudança comportamental do idoso, como falta de cuidados pessoais e pensamentos depressivos, o melhor caminho é buscar profissionais de saúde.
*Laiza Oliveira Vilela é Psicóloga, pós-graduada pelo HRAC-USP, mestra e doutoranda pelo programa de Pós-graduação em Psicologia do Desenvolvimento e Aprendizagem da UNESP/Bauru e graduada pela UNESP de Bauru. Atua como professora universitária e em consultório particular, principalmente nos temas: Psicoterapia comportamental; Orientação Profissional; Avaliação Psicológica e Cognitiva.
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