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Profissões do futuro para pessoas idosas?

por Sérgio Serapião
27 de abril de 2020

Por que pensamos apenas em jovens quando falamos de profissões do futuro?

Foto: fizkes – Shutterstock

Com a expectativa de vida aumentando no país, o grupo de profissionais que mais cresce é o daqueles acima de 50 anos. Logo, a tendência é que necessitemos pensar nas profissões de futuro para todas as idades. Precisamos cada vez mais pensar em como criar ambientes profissionais intergeracionais, nos quais cada grupo geracional contribui com o seu melhor, de forma ajustada com seu momento de vida.

Mas como seria essa nova integração de seniores no ambiente de trabalho?

Como nos últimos duzentos anos tivemos um predomínio de jovens na força de trabalho, e ainda hoje a idade média de aposentadoria no Brasil é de 52 e 55 anos (respectivamente, para mulheres e homens), os postos de trabalho nas empresas foram desenhados para pessoas mais jovens. Afinal, essa era a mão de obra tradicionalmente disponível. 

Com a permanência maior no mercado de profissionais mais velhos, seja por opção ou necessidade, novas descrições de vaga devem ser repensadas. Existe pouca literatura nesse campo, porém pesquisas, tais com as reunidas no Portal Fiep, e trabalhos de campo, como o da Labora, apontam que tais posições devem levar em conta aspectos como:

  • as competências que a experiência de vida nos traz, como ampliação de visão sistêmica
  • as características que tipicamente se ganha com os anos, como diminuição no metabolismo, menor ansiedade, maior atenção, maior equilíbrio emocional
  • limitações físicas que determinam menores esforços físicos, jornadas mais flexíveis

Mas já falta trabalho aos jovens, ainda teremos que incluir os idosos?

Algumas das melhores experiências relatadas da inclusão de seniores no mercado de trabalho apresentam posições cuidadosamente desenhadas aos seniores, em “profissões do futuro”, que complementam o trabalho de jovens e máquinas. Valorizam, assim, o que o jovem tem dificuldade de contribuir, portanto, colocando foco no que o idoso pode trazer de melhor para as empresas e para a sociedade.

Um exemplo de profissão sênior do futuro é, por exemplo, “mentor(a) sênior educacional”. Essa profissão complementa o trabalho de professores e orientadores pedagógicos em escolas, não os substitui. Ela está voltada para o bem-estar do aluno que traz suas angústias e desafios de crescimento e não tem com quem conversar. Os mentores conversam e trocam experiências de vida, compartilham aprendizados e aprendem também com os jovens. Para saber mais sobre profissões do futuro, participe da comunidade de profissionais seniores em www.labora.tech

Sobre o autor:

Sérgio Serapião

Empreendedor social, fellow Ashoka, atua há +14 anos com longevidade, cofundador e diretor da Labora, 1a startup de RH (HRtec) voltada para integrar talentos seniores a profissões do futuro, solucionando desafios de empresas e sociedade. Fundador do Movimento LAB60+, laboratório social colaborativo que busca soluções práticas para a co-construção de um mundo mais longevo. Membro do conselho do Sistema B Brasil.

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