E para viver 120 anos? Já pensou no que fará com todo esse tempo? A revolução da longevidade já chegou, e nos obriga a rever o modelo tradicional da vida profissional, hoje focada em educação, trabalho e aposentadoria, muitas vezes em detrimento da vida pessoal. Temos que repensar nossa educação, carreira, finanças. Mais que isso: precisamos refletir sobre nosso estilo de vida e nossas relações, para aprender a dar sentido a uma vida de 100 anos.
Nesta reflexão, hoje tão desafiadora, é importante considerarmos algumas tendências levantadas pela professora Lynda Gratton e pelo professor Andrew Scott, ambos da London Business School:
- Estamos na fase transitória para a vida de 100 anos – a humanidade nunca viveu esse fenômeno, portanto não temos as respostas prontas. Seremos nós a geração que precisa pleitear serviços e políticas que atendam a nossas novas necessidades.
- As pessoas trabalharão até os 70/80 anos – muitas por necessidade financeira, mas outras também porque o trabalho nos confere sentido à vida.
- Existirão novos empregos e habilidades – este movimento já começou, inclusive para os mais jovens isso já é corriqueiro. Os mais velhos precisam se adaptar às novas realidades por meio da curiosidade e do aprendizado ao longo da vida.
- Ter a situação financeira resolvida não será tudo – a questão financeira é de extrema importância para uma longevidade mais tranquila, mas outros desafios já estão postos, como prevenção de saúde, propósito, sentido, sonhos, entre outros.
- A vida de 3 estágios (infância + adulto + velhice) será substituída por uma vida multi-estágios, que não será mais ditada cronologicamente – poderemos experimentar mais sem o medo de alguém nos dizer se aquilo é ou não apropriado para determinada idade.
- As transições entre esses diferentes estágios passarão a ser mais corriqueiras – como teremos mais tempo, fazer transições será muito mais necessário, o que fará com que nos preparemos mais para fazê-las.
- Recriação será mais importante do que recreação – atualmente as atividades voltadas para as pessoas idosas estão focadas em atividades recreativas. Cada vez mais, passará a ter importância nos recriarmos ganhando novos sentidos e significados para nossas vidas.
- Ter opções será cada dia mais valioso – a educação ao longo da vida tem importância fundamental na vida de 100 anos. É por meio dela que aumentamos o nosso leque de opções de trabalho, atividades, interesse, relacionamento e até mesmo Hobbies.
- Seremos e pareceremos jovens por mais tempo – hoje já é bastante comum ouvirmos que os 70 são os 50 de antigamente. Já é bastante comum ouvirmos que os 70 de de hoje são os 50 de antigamente, pois vivemos a sensação que podemos muito mais do que antigamente.
- Relações familiares e de trabalho se transformarão – os núcleos familiares já estão menores, e a vida nas grandes cidades já redesenhou nossas formas de nos relacionarmos com o mundo.
- Aumentará a experimentação – poderemos viver novos modelos de relacionamento, trabalho, lazer e tantas outras atividades.
- Desafios para as políticas públicas – precisamos pleitear e cobrar políticas que atendam as demandas dessa nova geração de pessoas idosas.
A teoria de Darwin, explicando a evolução humana, previa a sobrevivência dos mais adaptados. Nossa inteligência, grande diferencial, nos possibilita que nos adaptamos às mais diversas condições. Vivemos um novo momento: nos adaptarmos a um dos grandes ganhos da humanidade: ANOS DE VIDA!
E então, você está preparado para esse delicioso desafio?
Sobre a autora:
Denise Mazzaferro é mestre em gerontologia, sócia da Angatu IDH, membra do Conselho do OLHE (Observatório da Longevidade Humana e Envelhecimento) e autora do livro “Longevidade – Os desafios e as oportunidades de se reinventar”.
Somos guardiões das memórias afetivas de tudo que vivemos e queremos compartilhá-las. Vamos juntas e juntos construir relações de afeto entre gerações? Te esperamos pra mais essa jornada! Conheça o nosso manifesto clicando aqui.
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