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Como será esse mundo, com tantas cabeças brancas?
Mais uma vez a mídia traz à tona desdobramentos do envelhecimento populacional. Segundo o artigo publicado na Revista The Economist, em 26 de Abril de 2014, cujo título traduzido para o português é “Um bilhão de tons de cinza”, pesquisas recentes mostram que, entre os países mais ricos do mundo, pessoas bem qualificadas e educadas trabalham por mais tempo do que aquelas com menor nível de qualificação.
A matéria traz como exemplo Warren Buffett, que é um dos maiores exemplos dessa tendência mundial. Aos 89 anos, ainda é um dos maiores nomes do mercado financeiro mundial. Nos Estados Unidos, 65% dos americanos com diploma universitário com idade entre 62 e 74 anos estão na ativa, enquanto aqueles com segundo grau completo representam apenas 32%.
As projeções apontam, para os próximos 20 anos, um crescimento de cerca de 100% da população mundial das pessoas com mais de 65 anos, que passarão de 600 milhões para 1,1 bilhões de pessoas.
Diariamente nos defrontamos com matérias referentes ao envelhecimento e à longevidade, que ora nos mostram cenários extremamente negativos, e ora nos apontam aspectos positivos. Será que realmente entendemos esse fenômeno, já denominado pelos americanos como “agequake” (terremoto da idade), e ele terá repercussão em todos os aspectos de nossa vida social e econômica?
Será que quando lemos que o aumento da população aposentada pode representar uma estagnação econômica, o menor nível de crescimento econômico da história, ou até mesmo a “quebra” dos orçamentos dos governos, lembramos que essas pessoas estarão vivendo esse momento?
Se olharmos com mais profundidade para esse fenômeno, diríamos que é no mínimo injusto que, depois de mais de 40 anos de “vida produtiva”, essas pessoas sejam as causadoras do maior “desastre” da economia dos últimos tempos. Afinal, não foi a própria inteligência humana, que por meio do avanço científico, fez com que o homem obtivesse o que mais deseja: ficar mais tempo nesse mundo, mais anos de vida?
Se há tantas projeções que nos dizem a mesma coisa – seremos mais longevos, viveremos mais – já não está na hora de todos: crianças, jovens, adultos e os mais velhos pensarmos em como viveremos nesse mundo com bilhões de tons de cinza?
A sociedade precisa refletir e investir seriamente em educação para vivermos mais e melhor, para transformarmos a velhice em uma fase tão produtiva quanto os demais momentos de nossas vidas.
E mais, lanço um desafio ao leitor: que esses anos sejam cinza, ou ainda, prata. Que aceitemos nossos cabelos brancos, nossas rugas e todas as demais marcas que provam nossa experiência de vida. E que cinza passe a ser a cor que marca que estamos longevivendo e construindo essa “nova sociedade”, formada por tantos e tantos velhos.
Somos guardiões das memórias afetivas de tudo que vivemos e queremos compartilhá-las. Vamos juntas e juntos construir relações de afeto entre gerações? Te esperamos pra mais essa jornada! Conheça o nosso manifesto clicando aqui.
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