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Tatuagem em idosos deve ser feita com cuidado extra por profissionais experientes
A tatuagem é uma arte milenar. Povos da região do pacífico, como os havaianos e japoneses, são conhecidos pela tradição secular de desenharem em seus corpos. Há registros em quase todas regiões do mundo de peles pintadas ou marcadas na antiguidade. E tatuagem em idosos, existe?
Na história recente, a tatuagem ficou conhecida como “marca de gangues” e, quem tinha essas pinturas, mesmo não sendo criminoso, sofria preconceito social. Porém essa arte que aos poucos deixa de ser discriminada ganhou uma infinidade de adeptos. Há até programas de TV sobre o tema. No Brasil, um estudo do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) identificou 11.380 estúdios de tatuagem regularizados.
Atualmente, não é incomum ver tatuagem em idosos. Mas com o processo natural de envelhecimento da pele, quais cuidados as pessoas de terceira idade devem ter ao se tatuarem? O médico Guilherme Valério* explica as características da pele, e as precauções que a pessoa idosa deve ter quando decide desenhar o corpo definitivamente.
A pele é formada por três camadas: a epiderme, derme e hipoderme, que são constituídas por colágeno, elastina, ácido hialurônico, água, gordura no subcutâneo, entre outros. Com o passar dos anos, existe uma diminuição na quantidade dessas substâncias, o que torna a pele mais fina e menos resistente aos traumas físicos. Esse é o processo natural de envelhecimento da pele. Outro fator importante é a radiação solar à qual a pele foi exposta durante a vida. Essa radiação, além de acelerar a degradação de colágeno e elastina, também atua no DNA das células, podendo provocar algumas doenças como câncer de pele.
A pele do idoso é mais fina e menos resistente, se comparada à de uma pessoa mais jovem. Por esse motivo, existe um maior risco de formar cicatrizes e hematomas. É necessário atentar-se às alergias, principalmente a de metais, pois eles que dão cor às tintas utilizadas.
Apenas não é indicado que faça tatuagens quem tiver doenças autoimunes em atividade ou quando existe alguma doença fotossensibilizante. Caso contrário, não há contraindicações.
Em primeiro lugar, é necessário procurar um profissional que siga as normas de higiene e boas práticas. O tatuador deve ser experiente, pois a pele do idoso é mais frágil.
Algumas medicações devem ser suspensas, como AAS e anticoagulantes, pelo risco de sangramento durante a tatuagem. Porém, antes de interromper o uso das medicações, o médico deverá ser consultado.
Deve-se evitar locais onde a pele está muito fina ou danificada pelo sol, como o antebraço.
Não existe nenhuma orientação específica para tatuar a pele de uma pessoa idosa, apenas o cuidado extra.
É interessante tatuar em regiões onde a pele não tomou muito sol, pois nesses locais ela é mais resistente. Também evitar locais próximo ao osso, como costelas, pois são regiões mais doloridas e com pouca gordura no subcutâneo. Além disso, é aconselhado que se façam tatuagens pequenas, com traços finos e sem muito preenchimento.
Após a tatuagem, o local deve ser mantido limpo e seguir as orientações do tatuador.
Existem produtos específicos para auxiliar na cicatrização da tatuagem. Caso sinta muita dor, calor local ou pus, é recomendável procurar um médico dermatologista porque pode haver a necessidade do uso de antibióticos.
*Guilherme Valério (CRM 152.358) é médico pós-graduado em dermatologia pelo Instituto Superior de Medicina e Dermatologia – ISMD.
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